Uma Empresa Familiar tem de ser tão ou mais competitiva que qualquer outra sua concorrente não familiar.
Ou seja, não é por ter a característica peculiar, de ligação a uma Família, que vai ter a vida facilitada e as pessoas vão todas desejar ser suas clientes e consumir os seus produtos.
Somos dos que acreditam que os valores, o espírito e a dedicação das pessoas da Família Empresária podem ser um fator diferenciador da sua organização. Contudo, esta distinção e pecularidades tanto podem ser altamente potenciadoras do sucesso – se as pessoas identificarem e trabalharem todas para o mesmo objetivo comum; como fatores aceleradores de desconfiança, discórdia, … até a rutura e dolorosa separação.
Para que seja o primeiro cenário o mais mais proeminente, existe um instrumento a que uma Família Empresária pode recorrer, no sentido de auxiliar e assegurar a sua coesão em torno da continuidade da Empresa nas suas mãos: o Conselho de Família. Este órgão é o equivalente a um conselho de administração duma empresa, tendo por objetivo primordial liderar e implementar as melhores práticas para manter a Família unida nas decisões relativas à sua Empresa.
Deve representar todas as pessoas da Família (sejam elas sócias ou acionistas da empresa; de origem consanguínea ou por ligação conjugal; de maior ou menor idade; etc.) e deve atuar como o único elemento de ligação da Família à Empresa, em especial para todos os assuntos que impliquem tomadas de posição relativas à gestão de pessoas da Família à Empresa ou a questões relacionadas com a Propriedade.
Este é um dos grandes desafios dos negócios familiares – profissionalizarem a sua Família Empresária.
A Artur Rego – Artigos de Madeira, Lda. é uma Empresa Familiar que fabrica e comercializa artigos em madeira de pinho, utilidades domésticas, artigos regionais, artigos para decoração, móveis e uma infinidade de outros produtos de variadíssima dimensão. Está sediada em Mujães – Viana do Castelo, local onde iniciou a sua atividade em 1962. Com mais de 50 anos, e constituída por 15 sócios – mãe e os seus 14 filhos, a empresa familiar labora desde janeiro de 2002, numas novas instalações na Zona Industrial do Neiva.
Sendo uma pequena empresa com pouco mais de três dezenas de trabalhadores, não deve ser uma tarefa muito fácil gerir as expectativas das pessoas da família em relação à empresa: pensemos somente em termos numéricos só os irmãos e respetivos cônjuges seriam quase suficientes para suprir as suas necessidades laborais.
Apesar da sua dimensão, está bem inserida no seu meio envolvente: em 2004 fundou a sua própria Associação Desportiva dedicada essencialmente ao futebol de onze e de sete jogadores e de vários escalões etários.
Temas para reflexão:
- Como é que a nossa família toma decisões associadas à empresa?
- Envolvemos todos os membros ou somente alguns?
- Porquê?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.