Uma boa prática de bom governo passa pela diversidade dos Membros do Conselho de Administração.
Uma das principais expectativas das partes interessadas numa empresa está associada à sua sustentabilidade de longo prazo. Neste contexto, é natural esperar-se que o Conselho de Administração tenha a capacidade de definir essa visão de futuro e que crie as condições adequadas para a sua implementação, sendo de relevar dois aspetos essenciais: convencer os acionistas para a sua viabilidade e alocação de recursos adequados.
Prever com muita antecedência uma evolução futura, num contexto concorrencial altamente competitivo como é o mundo atual dos negócios, não é fácil. No entanto, um fator que pode auxiliar no desenho de muitas das evoluções possíveis e, em especial, na decisão de qual a melhor opção para a sociedade em apreço, passa pela existência de uma adequada diversidade de membros da equipa que lidera a sociedade.
O estudo da Russel Reynolds relevou três agrupamentos caraterísticos nos Conselhos de Administração analisados:
- Elementos de outros setores de atividade (cerca de 1/3);
- Mulheres (cerca de 1 em cada 6 membros)
- Estrangeiros (1 em cada 16).
Recorrendo a uma amostra de empresas familiares portuguesas, umas de capital não aberto e outras
cotadas e que disponibilizam de forma pública informação detalhada, sobressaíram os seguintes dados comparativos:
- As cotadas possuem cerca de 60% mais de elementos;
- O número absoluto de mulheres é idêntico nos dois tipos de sociedade, o que denota uma representatividade do dobro nas sociedades não cotadas;
- Os estrangeiros estão mais representados nas sociedades abertas.
Como assegurar a diversidade da equipa diretiva é um papel de quem a elege; ou seja, uma responsabilidade dos acionistas da empresa e que somente a eles pode e deve ser imputada, espera-se que estes estejam devidamente alertados para as vantagens de diversidade da equipa que nomeia para liderar a sua organização.
Temas para Reflexão:
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O nosso Conselho de Administração reflete uma diversidade adequada de membros?
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Os acionistas estão conscientes das vantagens duma diversificação de representatividade?
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Que categorias deveríamos considerar e refletir na equipa gestora?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.