Não especificar as competências de cada pessoa na Empresa Familiar é desresponsabilizar e criar focos de conflitos.
Uma das questões com que nos temos vindo a confrontar nos últimos anos, agora que já somos três irmãos a trabalhar na empresa com os nossos pais, é que, apesar de termos áreas específicas de responsabilidade, entramos demasiadas vezes nas áreas de competência uns dos outros. Por outro lado, há decisões que, antes de serem tomadas, os nossos pais fazem questão de ter conhecimento. Estas situações geram confusão e tensão. Como nos poderemos organizar melhor?
É normal que à medida que o negócio vai crescendo a gestão se torne mais complexa. Se não tivermos um modelo de governo claro nem um nível de competências bem definido para cada decisão, podemos ter aqui uma boa fonte de problemas e conflitos entre os gestores, os gerentes ou administradores e até com os sócios da empresa.
Por isso é importante refletirem em conjunto sobre o modelo de organização que pretendem para a vossa empresa.
Não há soluções “pronto a vestir”. Cada empresa e cada família empresária deverá definir o que é melhor para o seu funcionamento:
- Uma Sociedade por Quotas com Gerentes e Gestores com atribuição específica de pelouros?
- Ou uma Sociedade Anónima com um Conselho de Administração e eventualmente uma Comissão Executiva?
- E quais os requisitos para as tomadas de decisão dos órgãos da empresa?
- Por maioria simples, por maioria qualificada?
- Qual é o âmbito de autonomia de cada responsável?
- O que poderá decidir por sua conta, informando os restantes membros da direção ou administração e o que deverá ser levado a decisão colegial?
As respostas a cada uma destas questões tem implicações, vantagens e condicionantes que devem ser bem ponderadas.
Incontornável deverá ser a definição do modelo de governo adequado e a criação de um regulamento de competências que defina de forma concisa o que é responsabilidade de cada um em cada momento.
Sugerimos que se aconselhem e recolham a informação necessária, de forma a tomarem as melhores opções a este respeito no sentido de todo o modelo de funcionamento e de tomada de decisão, na empresa, constitua uma fonte de profissionalização da mesma, de introdução de boas práticas, promova a produtividade e prmova a competitividade da organização.
Nota: Este texto faz parte da coluna “Empresas Familiares – Perguntas e Respostas“, publicada no jornal “Metal” de 25 de janeiro de 2019
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.