Todas as organizações devem possuir uma estratégia bem definida, entendendo-se que esta é um plano explícito desenvolvido para a empresa, onde se estabelecem objetivos e programas de ação, implementação e controlo.
A estratégia deve conjugar grandes linhas de orientação futura e as funções essenciais que podem ser apresentadas recorrendo-se à aplicação dos princípios estabelecidos por Sun Tzu:
- Identificar os mercados onde competir;
- Organizar os recursos;
- Implementar as ações integradas;
- Gerir as contingências e, de uma forma mais lata,
- Controlar as ações e os resultados intermédios
No caso das Empresas Familiares, o estudo da Egon Zehnder identificou claramente três entidades que normalmente definem a estratégia.
Uma externa à empresa: Conselho de Família (+ de 50% dos casos) e duas enquanto órgãos de gestão da sociedade: Equipa de Gestão de Topo – Gerência ou Administração Executiva (em + de 20% das situações) ou Conselho de Administração (na Europa em considerado mais de 30% das respostas).
A Topázio, histórica empresa fundada no Porto em 1874 por Manuel José Ferreira Marques, trabalha ouro e prata. A entrada no séc. XXI foi muito difícil: o volume de negócios reduziu em cerca de 83%, entre 2000 e 2012, para cerca de 2,5 milhões de euros.
A Família proprietária considerou que, após um ciclo de quebra de vendas e ajuste orgânico da empresa, o novo projeto de futuro deveria ser assegurado por profissionais externos e independentes.
Esta inversão de tendência assenta num trabalho que resultou na nomeação, no final de 2012, de um conselho de administração independente, liderado por Rosário Pinto Correia. Esta líder tinha realizado um trabalho de consultadoria que culminou com o convite para este desafio.
Antes de o aceitar definiu uma série de regras de relacionamento com os acionistas, que tem sido a responsável pelo “segredo para as coisas correrem bem […] tem havido um enorme respeito de parte a parte e nunca houve um problema entre a administração e os acionistas.”
O plano de reanimação da empresa, desenhado por Rosário e José Seca, administrador responsável pela área financeira, compreende vários objetivos: um “rebranding”; uma diversificação dos canais de venda e a alteração da estrutura de preços.
A aposta está a dar frutos, pois em 2013 assistiu-se novamente ao crescimento de cerca de 18% do volume de vendas. Um dos grandes objetivos da equipa de gestão passa por um processo de internacionalização que permita uma divisão equitativa das vendas entre mercado nacional e de exportação, até 2016.
Temas para reflexão:
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Quais são as nossas principais linhas estratégicas?
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Quem as prepara e quando as apresenta?
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Quem decide e controla a sua implementação?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.