Existe uma variável que, pessoal, profissional e empresarialmente todos enfrentaremos: a evolução do tempo.
No caso das sociedades familiares, a continuidade da liderança e do controlo da propriedade no seio da Família, são inevitabilidades que serão enfrentadas por uma de duas vias:
- planeada e minimamente controlada, ou
- de forma abrupta, pela ocorrência de um qualquer acontecimento de incapacidade ou desaparecimento natural.
Como a questão da sucessão não é um tema fácil de abordar, uma das melhores vias para a encarar passa pelo recurso a entidades externas que, dados os seus conhecimentos e práticas de aplicação a outros casos, podem auxiliar na sua correta abordagem, no encontrar de uma solução de consenso e na sua implementação.
Mais de dois terços dos participantes no estudo da Egon Zenhder consideraram o suporte externo como uma das melhores vias de ajudar as empresas e famílias a assegurar a ultrapassar esta fase de transição geracional.
Em 1943, ano de casamento de Manuel de Oliveira Violas com Ana Gomes, nasce a empresa que, ao seu nome pessoal, acrescentou “Cordoria e Fios” (Corfi).
O intenso trabalho de Manuel na área da cordoria, secundado pela dedicação à agricultura de Ana – e às filhas Rita, Otília e, 14 anos após o primeiro nascimento, ao filho Manuel – levou à génese de um dos maiores e mais respeitados grupos industriais do norte de Portugal.
Todos os descendentes dedicavam os seus tempos de férias a trabalhar na empresa.
Em 1991, com o desaparecimento do fundador, Manuel, que havia estudado Economia e Gestão fora do país, assume a liderança do grupo.
Os três netos mais velhos estagiaram e começaram a sua vida profissional nas empresas da família, enquanto que os dois mais novos optaram por ter uma experiência externa ao grupo.
Em 2005, o ramo familiar de Otília (casada com Edgar Ferreira e mãe de Tiago), por razões de uma visão distinta, decide propor uma divisão do grupo em três partes equivalentes, o que deu origem a uma separação os negócios, mantendo-se contudo os irmãos Manuel e Rita unidos com as suas partes.
A sucessão na 2ª geração foi concentrada de uma forma natural no filho mais novo, sendo que este processo de separação patrimonial originará sucessões distintas, mas com o privilégio de manter a família Violas unida.
Temas para reflexão:
- Já pensamos no processo de sucessão da liderança da empresa?
- E na sucessão da propriedade empresarial?
- É um assunto a ser abordado internamente de forma natural ou será melhor ser desenvolvido com o apoio de uma entidade especializada externa?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.