… proporciona oportunidades de carreira.
Trabalhar numa empresa familiar é distinto de o fazer para uma qualquer outra organização: possui o nome da família ou do fundador e integra pessoas da família entre os seus colaboradores (pais, filhos, irmãos, cônjuges, …).
Estas singelas e muito próprias particularidades aconselham qualquer colaborador a conhecer o essencial:
- Da sua cultura e valores;
- Da sua história e exemplos memoráveis que são relatados;
- Das atitudes que são esperadas de sua parte e os comportamentos que não são toleráveis;
- Da sua política de compensação e evolução profissional.
Participar numa equipa que, normalmente, olha para os seus trabalhadores como sendo parte da família, significa ter consciência de que são expectáveis determinadas atitudes e comportamentos que consensuam com as suas práticas.
Se a integração for de encontro ao desejável, não demorará muito a que sinta o devido reconhecimento, que se poderá manifestar por distintas vias. De todas elas, para além das compensações financeiras e evolução profissional, a mais relevante será, sem qualquer dúvida, o incremento contínuo do nível de confiança – a principal caraterística para uma empresa familiar manter um colaborador para toda a sua vida.
Armindo Borges é considerado um dos melhores patrões portugueses. Em 1991 criou a Ibersaco, na Zona Industrial de Penamacor, com uma capacidade produtiva superior a 80.000 sacos diários e mais de 80% da produção destinada ao mercado externo.
Dá trabalho a 33 trabalhadores e trata-os de forma distinta da maioria das empresas. Costuma afirmar que espera que todos os trabalhadores se comportem como uma equipa, chutando para o mesmo lado e de acordo com as prioridades da empresa o que, se acontecer, todos saem a ganhar.
A sociedade possui um salário médio bem superior a 1.000 euros e o objetivo de Armindo é que um dia todos possam vir a ter “um salário semelhante ao de um ministro, porque não são inferiores, nem em competência profissional, nem do ponto de vista intelectual”.
Para ilustrar a sua política de gestão de pessoas, diz que “possui um trabalhador que entrou com um contrato de 6 meses. No primeiro mês foi aumentado. Ao fim de três meses foi promovido a chefe de turno e aumentado novamente”. Questionado pelo motivo de tal evolução, justifica “porque demonstrou que merecia, porque se esforça e o esforço tem de ser compensado.”
Tem orgulho em poder salientar que na sua empresa ninguém ganha o ordenado mínimo.
Um dos três filhos de Armindo, sendo que todos trabalham na empresa, para além de concordar com esta atitude do pai, reforça salientando que só assim é que se pode conseguir manter as pessoas motivadas para trabalhar, compensando-as com tudo o que merecem.
“O meu pai tenta que sejamos todos uma família e eu e as minhas irmãs concordamos em absoluto. E continuaremos sempre a proceder assim.”
Temas para reflexão:
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Qual a nossa política de remuneração dos empregados?
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Existe possibilidade de progressão de carreira na empresa?
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Como potenciamos o crescimento e a evolução dos colaboradores?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.