A posição concorrencial de uma empresa é um indicador da sua capacidade competitiva, no negócio ou no setor onde se encontra inserida, em comparação com os seus congéneres.
Este posicionamento individual é dinâmico, estando muito dependente da atuação da empresa, dos seus concorrentes e de ações que determinados agrupamentos de interesse possam assumir de forma conjunta.
Este último comportamento – união de concorrentes – não sendo teoricamente dos mais apetecíveis e naturais, pode assumir um elemento diferenciador e vantagem comparativa para com os não associados ou, no limite, para com outros concorrentes que satisfazem a mesma necessidade dos nossos clientes.
Felizmente em Portugal temos assistido a uma significativo incremento destas associações, em especial para investir em ações que, de forma individualizada e atendendo ao esforço de financeiro exigido, dificilmente seriam concretizáveis: promoção externa do turismo ou de produtos alimentares; identificação e entrada em novos mercados, etc.
Se analisarmos estes movimentos, verificaremos que incluem uma significativa e ativa participação de empresas familiares.
O negócio dos vinhos, podendo surgir associado a grandes cooperativas ou multinacionais sem rosto, aparece essencialmente ligado a famílias detentoras de vinhas que, em muitos dos casos, possuem uma história que se perde nos tempos. Estas famílias produtoras possuem excelentes vinhos que, para alcançarem o nível de exposição pretendido e merecido, implicam ações de comunicação e promoção que, pelos investimentos que implicam, não podem passar pela publicidade tradicional intensiva. Uma das vias opcionais passa pela associação dos esforços conjuntos com outras famílias produtoras, encarando-se esta união como um meio de aumentarem as sinergias e as posições concorrenciais perante outros competidores não alinhados.
A Confraria dos Vinhos do Douro, surgida em 1990, é um exemplo de agregação de vontades de um punhado de viticultores que pretendiam promover o Douro e os seus vinhos.
De entre os Confrades Produtores, os três primeiros (por ordem alfabética) são empresas familiares que, curiosamente, aparecem representadas por membros femininos:
- Ana Paula Filipe de Castro da Quinta das Chaquedas – produzem vinhos de marca própria e exploram uma unidade de agroturismo com piscina e a adega onde produzem os seus vinhos e azeites.
- Catarina Maria Pizarro de Castro da Quinta de Lubazim – produzem vinhos premiados da Lubazim e Lupucinus, na propriedade detida pelo seus ascendentes desde o século XIII (na família há 23 gerações).
- Cláudia Beatriz Morais Quevedo das Quinta Vale D’Agodinho, Senhora do Rosário e outras – centradas em S. João Da Pesqueira e com o irmão João produzem vinhos do porto, de mesa e azeite que exportam para mais de 25 países.
Temas para Reflexão:
- Que vantagens podemos potenciar enquanto empresa familiar?
- As outras famílias empresárias no mesmo negócio são concorrentes ou coopetidoras?
- O que podemos fazer em conjunto para aumentar a nossa posição concorrencial?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.