As empresas familiares cooperam pouco, são fechadas e preferem atuar de forma individual – o oposto da realidade praticada pela grande maioria

O funcionamento em rede é uma tendência nos negócios, independentemente de serem ou não associados a empresas familiares.

A complexidade dos mercados, a necessidade de internacionalização, a inovação contínua, etc. são práticas que se forem assumidas por redes de cooperação permitem que qualquer organização, de qualquer dimensão ou setor, possa beneficiar das mesmas, não as deixando isoladas em redutos que podem levar ao seu desaparecimento.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, elencou um conjunto de ameaças na envolvente das empresas familiares, sendo uma delas a eventual resistência à implementação de uma cultura de cooperação e redes de parceria.

Com a identificação desta potencial ameaça os gestores e as famílias que controla estes negócios devem ponderar a sua evolução futura: assegurar a continuidade de forma isolada e verticalizada, limitando a sua dependência de terceiros ao mínimo possível, ou colaborando e evoluindo adotando as melhores práticas de mercado que lhes permitam competir em igualdade ou superioridade de circunstâncias.

A Madre Fruta (Organização de Produtores) foi criada em 1996 pelo Grupo Hubel, reunindo atualmente a maioria dos produtores, da região do Algarve, de frutos vermelhos (framboesa, morango e amora), sendo a grande maioria empresas familiares. A sua origem surgiu da necessidade de concertar esforços com o propósito de ultrapassar condicionalismos e satisfazer exigências comerciais resultantes de um mercado aberto e sem fronteiras.

Desde cedo a estratégia foi de concentração e adaptação da produção à procura, associada a uma prestação de serviços técnicos qualificados, visando a melhoria continuada da qualidade dos produtos e de implementação de técnicas respeitadoras do ambiente.

O sentimento de cooperação e união, aliado às competências da equipa que integra os seus quadros, permite uma diversificação do serviço oferecido ao produtor, para que o foco deste seja a sua própria produção, qualidade e rentabilidade. Assim, disponibiliza serviços ligados:

  • ao planeamento da produção, logística, comercialização e expedição de pequenos frutos;
  • ao apoio à seleção, recrutamento, formação de pessoas e certificações de qualidade;
  • à negociação coletiva com fornecedores e clientes.

A sua atuação pauta-se por valores que se alicerçam na integridade e na cooperação, trabalhando com todos os parceiros de maneira aberta, honesta e sincera, incentivando a confiança, o respeito e a transparência.

Temas para Reflexão:

  • A cultura que suporta a nossa empresa potencia a cooperação?
  • A empresa teria vantagens em integrar uma rede colaborativa?
  • Trabalhar em rede trará vantagens comparativas e permitirá ganharmos todos?

 

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