Para além do meu pai trabalham atualmente na empresa com funções de direção o meu irmão, eu e a minha cunhada. Temos uma definição de tarefas muito informal e apesar de cada um ter o seu pelouro, caso seja necessário, qualquer um assume algum assunto que não tenha a ver diretamente consigo. O nosso lema é “o que é preciso é resolver”. Acontece que tudo está bem quando os assuntos ficam bem resolvidos, mas quando surgem os problemas ou o responsável pela área não sabe o que se passa, então começam as desresponsabilizações e a culpa “morre solteira”. Esta situação não pode continuar assim. Pode-nos ajudar?

É normal existir nas empresas, sobretudo no seu início, um certo grau de informalidade, pois muitas vezes a responsabilidade por todas as áreas de gestão concentra-se numa ou duas pessoas. Mas com o tempo e a complexidade crescente do negócio é preciso evoluir. Sobretudo numa empresa familiar em que a componente emocional das relações está particularmente presente, para o bem e para o mal, é preciso ter definida de uma forma muito clara a responsabilização de cada um, as áreas que lhe deverão ser adstritas e o seu grau de autonomia.

Porque de facto um dos grandes problemas prende-se com a não responsabilização  sobre decisões problemáticas. Se no fim de contas todos são responsáveis por tudo, sem haver um responsável claramente bem definido, então ninguém é responsável por nada e no final quem tinha a expectativa de determinado assunto resolvido sente uma grande frustração em relação ao desempenho dos seus familiares, com tudo o que isso implica.

O ideal será a empresa familiar definir claramente, dentro do seu regulamento de competências, quem é responsável por cada área e dentro de cada área qual é o seu grau de autonomia.

Deverá ser determinado, de forma expressa e entendida por todos, que decisões cada membro da direção pode tomar, informando a restante direção, que assuntos poderá tomar a iniciativa de desencadear, promovendo a decisão da direção no seu todo, e que decisões, mesmo da sua área, deverão estar dependentes da direção da empresa pelo grau de responsabilidades que em si mesmas implicam. E é importante não esquecer que, depois da decisão, todos devem assumir o seu apoio e evitar as posições do tipose tivesses, …” ou “eu bem dizia, …”, pois não são racionalmente sustentáveis e só servem para quebrar a confiança e a união, que é afinal o que todos desejam.

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