A região do Tâmega e Sousa é berço de muitos negócios e empresas familiares.

Estar longe das grandes cidades e do litoral tem sido sinónimo de desvantagem para se localizar negócios; contudo, a Área do Tâmega e Sousa tem vindo a demonstrar que esta é uma realidade que se está a transformar e de forma muito célere.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, analisou a distribuição das Empresas Familiares dos Municípios da Área do Tâmega e Sousa, salientando-se relativamente aos onze concelhos que a compõe:

  • os 5 concelhos com menor representatividade de empresas familiares, de forma acumulada agregam 14,6% destas entidades,
  • Paços de Ferreira representa 17% das empresas o que indicia que as empresas de mobiliário são maioritariamente familiares,
  • Os 2º a 4º concelhos – Amarante, Felgueiras e Penafiel – possuem uma representatividade igual e de 14,6%.

As redes viárias construídas nas últimas décadas agilizaram a logística e, consequentemente, que as empresas sedeadas nas zonas de proximidade de acesso pudessem ser mais facilmente servidas pelos seus fornecedores e, de forma célere, servirem outros mercados geográficos, nomeadamente os internacionais.

As empresas de calçado, mobiliário, produtores de vinhos verde e metalúrgicas são muito representativas das sociedades familiares, estão localizadas nos principais concelhos do Tâmega e Sousa e possuem uma grande capacidade exportadora, com volumes crescentes nos últimos anos.

Em 1960 os pais dos quatro irmãos Monteiro compram uma pequena serralharia de forja, com 16 m2, onde estes começaram a desenvolver produtos de ferro, em especial para apoio às alfaias agrícolas e a construção.

No início do século XXI João Monteiro acordou com o irmão Armindo passar a controlar a totalidade da empresa o que, conjugado com a entrada da nova geração – Rosália, António e Frederico -, permitiu um significativo salto qualitativo e diversificado em múltiplas atividades:

  • Caixilharia – representação de grandes marcas com conceção, construção e instalação de soluções eficientes e abertura de showroom no Porto;
  • Estruturas metálicas – realização de projetos e produções à medida para diversas áreas;
  • Laser – corte de qualquer contorno ou desenho de diferentes materiais metálicos, com variadas espessuras, tempos reduzidos e qualidade de corte sem rebarba e com elevada precisão;
  • M-DETACH – planeamento e produção de objetos metálicos de uso quotidiano, ou decorativo, peças com design de autor, arquitetura e artes plásticas.

Estes desenvolvimentos levaram a uma crescente viragem para a internacionalização – representado já mais de dois terços do volume de negócios – e a grandes e contínuos investimentos em máquinas e na aquisição de terrenos e construção de novas instalações (operacionais nos próximos meses).

A 20 de junho o Rotary Club do Marco de Canavezes decidiu efetuar uma homenagem ao empresário João Monteiro, tendo o seu presidente salientado que “esta homenagem é de todo merecida, pelo desempenho que o homenageado tem vindo a colocar no setor empresarial de Marco de Canaveses, bom como na sociedade civil, no apoio a várias instituições.”

O conhecimento pessoal e profissional desta fantástica pessoa, permite acrescentar que as suas posições de liderança – no futebol e na empresa familiar – têm sido pautadas por algo que é difícil assumir e encontrar em pares: sabe preparar a sua sucessão e passar o testemunho.

Temas para Reflexão:

  • Quais as vantagens da localização geográfica da nossa empresa?
  • Como combater as desvantagens da distância aos principais pontos de entrega dos produtos?
  • Os nossos líderes possuem a visão e a prática que auguram a continuidade da empresa familiar?

 

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