As Empresas Familiares são micro, pequenas e médias empresas, sendo que uma grande maioria (81%) empregam menos de 10 trabalhadores.
Os negócios familiares costumam começar com uma dimensão reduzida e, de uma forma paulatina, crescer tentando não dar “passos maiores que as pernas”. Este espírito cauteloso é típico de empreendedores familiares que desejam mitigar ao máximo os riscos pessoais, bem como das suas famílias que, tradicionalmente, uma das suas principais fontes financiadoras.
O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho analisou, na sua base de dados de empresas familiares, a sua distribuição atendendo ao nº de trabalhadores ao seu serviço. Os resultados alcançados foram:
- Sem empregados: 10% – arrancar com o negócio sem empregados;
- 1 a 3: 45% – a maioria dos negócios começa com o número mínimo e indispensável de pessoas;
- 4 a 49: 42% – um nº idêntico de empresas às que possuem de 0 a 3 colaboradores, emprega entre 4 e 50, refletindo muitas vezes o sucesso alcançado nos primeiros anos e a consequente necessidade de crescer;
- 50 ou mais: 3% – as empresas que dão trabalho a este significativo número de trabalhadores refletem duas grandes tipologias: as que continuam a crescer de forma sustentada e aquelas cujo negócio se suporta em mão de obra intensiva (indústrias do têxtil, calçado, etc.)
Este retrato da empregabilidade nos negócios familiares deve ser visto também em três outras perspetivas:
- Um nº reduzido de empregados em zonas remotas possui, contudo, um grande impacto na fixação local de pessoas;
- Um grande nº de empresas reflete, no acumulado, um grande nº de empregos;
- As grandes empresas para se manterem competitivas subcontratam muitas das pequenas, relevando ainda mais a sua importância.
Os elementos salientados permitem realçar que as empresas familiares desempenham um papel crucial no desenvolvimento de qualquer região e país, pelo que merecem ser alvo de uma atenção adequada às suas especificidades por parte das entidades governativas.
Um sonho alicerçado no conhecimento, experiência e paixão pelos produtos lácteos, de Arménio Miranda, e na visão e empenho dos filhos, Francisco e João, levaram à génese da Frulact. Tendo começado em 1987, 31 anos depois passou de:
- 2 empregados para mais de 700 (quase 10% em IDI);
- 1 anexo ao fundo de quintal para 8 fábricas em 3 continentes;
- €250 mil em investimento para quase €3 milhões só em I&D;
- €625 mil de vendas para €115 milhões.
Começar pequeno e pensar grande levou Frulact a ser a única empresa em Portugal a fornecer ingredientes de valor acrescentado para as indústrias alimentares e de bebidas (preparados à base de frutas e legumes para os laticínios, gelados, sobremesas, bebidas e alternativas vegetais) e a estar classificada entre as cinco maiores empresas do mundo neste setor.
Temas para Reflexão:
- Que perfil de pessoas necessitamos para desenvolver o negócio?
- A empresa deve ter uma política de contratação direta ou recorrer à subcontratação laboral?
- Ter empregados é um problema ou um fator de diferenciação?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.