A confiança é uma variável de difícil mensurabilidade, no entanto, é das mais valorizadas nos relacionamentos que se possam estabelecer entre pessoas físicas, sejam familiares ou amigos, entre estas e entidades ou mesmo entre distintas entidades.

A Edelman, fundada em 1952 por Dan Edelman, é uma empresa familiar de comunicação global que produz um índice que reflete a confiança média da confiança de um país.

Em 2017 o estudo “Edelman Trust Barometer 2020. Special Report: Family Business” foi efetuado em 12 países, com recurso a um questionário online, obteve mais de 15.000 respostas e os dados permitiram uma análise comparativa entre as respostas referentes a pessoas integradas em empresas familiares ou noutro tipo de entidade.

A primeira grande constatação foi que os níveis de confiança caíram, comparativamente ao ano anterior, estando em terreno neutro – ONGs e Negócios com 53% e 52% – ou negativo – Media e Instituições Governamentais com 43% e 41%, respetivamente.

As principais preocupações das pessoas têm a ver com a perda de emprego (83%), o ritmo acelerado de mudança nos negócios (53%) e a globalização (50%).

Os dados relativos às empresas familiares são expressivos:

  • A confiança nas empresas familiares vs outras empresas, é superior em 11 dos 12 países participantes (só não o é na China);
  • Em 8 países a diferença é de dois dígitos;
  • Os 4 países da Europa estão nas 6 maiores diferenças, sendo os 2 primeiros a Alemanha e Reino Unido.

Como o estudo fornece um conjunto de dados interessantes, os mesmos vão servir de base aos artigos das próximas semanas, onde serão detalhados alguns dos elementos mais significativos e que devem ser tidos em conta pelas empresas familiares.

Lila e DeWitt Wallace fundaram, em 1922, a magazine Reader’s Digest, a qual, muitos anos depois, para o controlo da Wallace Foundation que a alienou, já neste século, mas continua com o espírito dos seus fundadores. Em 2013 a revista efetuou uma experiência para encontrar as cidades mais “honestas” – abandonou centenas de carteiras, todas continham um número de telemóvel, para ver quantas seriam devolvidas. Quatro continentes, 16 cidades, 192 carteiras depois, 47% foram devolvidas. As pessoas honestas que surgiram em todos os lugares – Helsínquia foi a cidade com os maiores retornos e Lisboa a cidade com o menor número – compartilhavam uma característica singular: acreditavam que era a única maneira de se comportar.
A confiança é um selo que a revista atribui desde 2001, sendo que em Portugal, em 2019, engloba múltiplas empresas familiares de diversos setores, de que são exemplo:

  • Abreu – nas viagens desde 1840 e nas mãos de descendentes da família Abreu;
  • Cuf – na saúde desde 1945 com um hospital que servia, na época, 80.000 empregados e familiares do grupo da família Melo;
  • Delta – nos cafés desde 1961 com a liderança de Rui Nabeiro e família;
  • Riberalves – no negócio do bacalhau, desde 1985, pelas mãos da família Alves.

Nesta envolvente percebe-se por que é que uma das vantagens comparativas das empresas familiares é a confiança.

Temas para Reflexão:

  • Qual o nível de confiança dos clientes na nossa empresa?
  • Que fatores é que os clientes e outros stakeholders valorizam para construir essa imagem?
  • Como podemos reforçar ou incrementar esse patamar de credibilidade?

 

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