Mariano Puig Planas num fantástico e imperdível testemunho de que é ser uma empresa familiar e uma família empresária®
A Puig é uma empresa familiar de Barcelona, fundada no ano 1914 por Antonio Puig que desenvolve a sua atividade na área da moda (Carolina Herrera, Nina Ricci, …) e perfumes (Puig, Paco Rabanne …).
Presente em 26 países, comercializa os seus produtos em 150 países, empregando 5.213 pessoas em todo o mundo. O seu volume de negócios no ano 2019 foi de €2,03 mil milhões e com resultados líquidos de €223 milhões.
No dia 13 de abril, aos 94 anos, faleceu Mariano Puig um dos grandes obreiros da internacionalização do grupo.
A melhor forma o recordar é assistir à sua intervenção de 7 min, no IESE, que com muita clarividência salientou:
- Passar pela universidade, escola de negócios e seminários foi relevante para a formação dele e dos irmãos, mas não menos relevante foi a que tiveram na mesa de refeições em casa, onde o pai falava-lhes dos êxitos e fracassos na empresa. Incutiu-lhes a vontade de um dia se transformarem em empresários.
- A sucessão na empresa familiar não é um evento. É um processo longo que se inicia com a educação dos filhos.
- O pai – António Puig – e fundador da empresa gostava de provérbios. Um baseava-se em que na vida existem 5 etapas relevantes:
- Saber fazer,
- Fazer,
- Ensinar a fazer,
- Fazer fazer,
- Deixar fazer.
implementou esta filosofia na empresa.
- 2ª geração – 3 objetivos chave:
- reunir uma equipa de pessoas: procuravam os melhores talentos que se adaptassem ao espírito de empresa familiar;
- criação de produtos com desenho;
- internacionalização.
- Passagem à 3ª geração
- viam vários amigos com dificuldades na passagem aos filhos e estes a dizerem que os pais não lhes davam espaço de atuação;
- reuniram-se os 4 irmãos e manifestaram a vontade de passar o testemunho.
- Modelo de governo na empresa
- Fundador: governo individual,
- 2ª geração: 4 em consenso,
- próximas gerações: certamente que se iria complicar.
- Organizar a família e a empresa criando órgãos de governo
- Assembleia de Acionistas como fórum de formação: homogeneizar os conhecimentos da companhia por parte de todos os acionistas;
- Conselho de Família: grupo reduzido de acionistas para identificar os valores da família e passar à empresa;
- Protocolo Familiar: onde se definia que os acionistas só podiam ser membros consanguíneos;
- Acordos para limitar membros da família nos órgãos executivos da empresa;
- Holding com administração que inclui membros familiares e não familiares.
- Importância dos órgãos de governo com membros independentes para alcançar um equilíbrio entre decisões mais objetivas ou mais emotivas.
- Benefícios de ser empresa familiar: a família empresária é muito importante para a empresa
- cultura e valores,
- estabilidade acionista,
- visão de longo prazo.
(ver vídeo)
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.