Quem se recorda da série “Os Sopranos”?

Os Sopranos é uma série de televisão americana criada por David Chase e produzida pela HBO, que apresenta a vida de Tony Soprano (James Gandolfini), um mafioso italo-americano de Nova Jérsia que ascende a chefe da família em substituição do tio. É um mafioso da velha guarda, respeitador do legado dos antigos costumes da Máfia que, depois de um ataque de pânico, procura ajuda profissional.

A psicóloga Dra. Jennifer Melfi (Lorraine Bracco) ajuda-o a lidar com os problemas e “negócios da família” (com o desenvolver da série passará também a ter necessidade do seu próprio psicólogo, a quem confidencia a terapia de Tony …).

A esposa de Tony, Carmela Soprano (Edie Falco) é uma católica fervorosa, bastante romântica e passional, que mantém uma relação com o marido num misto de amor, admiração, raiva e temor.

Das 6 temporadas e 86 episódios, entre 1999 e 2007 (proporcionaram 21 Emmy Awards e 5 Globos de Ouro), que conta a saga de um pai envolvido em atividades comerciais lucrativas, mas ilegais, e a sua família, o Wall Street Journal, na sua edição de 29 de junho, publicou um fantástico trabalho que agrega excertos da série relacionadas com investimentos financeiros e comentários duma consultora de investimentos, Ally-Jane Ayers, que explica como as decisões financeiras de Tony Soprano colocam a sua família numa situação delicada.

A sua visualização é muito interessante (link aqui), sendo que destaco os seguintes elementos:

  • Contexto de abertura: a Carmela vê no supermercado uma amiga a trabalhar efetuando degustação de salsichas …

 

  • Quem me vai suportar e aos nossos filhos se algo te acontecer?” diz Carmela(min. 0:50). Possuem um determinado estilo de vida com casa, viaturas, barcos, viagens, joias, jantares em bons restaurantes, ….

 

  • Existe dinheiro em contas no exterior“, argumenta Tony (min. 1:10). Contas no exterior são uma via de minimizar pagamentos de impostos, existindo vias legais para a sua concretização (e ilegais também …).

 

  • Ações? Enron …” (min. 1:45), à data a Enron era uma excelente empresa para investir. Mais tarde faliu.

 

  • Oferta de um relógio Patek Philippe a um dos membros da família (2:06) que, legalmente, deveria ser declarada e ter liquidado as taxas inerentes.

 

  • Depositar dinheiro no sistema bancário “não é fácil”. Carmela é confrontada com esta situação no banco: mais de $10.000 implica declarar ao fisco … (min. 3:00). Em 2002, uma aplicação no banco renderia cerca de 1%, em contraste com os possíveis 6% de hoje.

 

  • Aconselho um fundo de seguro de vida e outros veículos“, aconselha Brian, um primo de Carmela (min 4:10), ao que o Tony pergunta se será em “carros clássicos” (uma via de investimento cujas mais-valias em Portugal não são tributadas). Este tipo de investimento possui diversas caraterísticas como ser de reduzida liquidez, irrevogável, … e o que se passa se existir um divórcio?

 

  • Divorciar (cuja intenção ocorre ao min. 5:48) poderá render pensão alimentícia, uma parte dos bens, … mas implica gastos expressivos com advogados, vai demorar anos, etc.

 

  • As alternativas não permitem manter o nível de vida, a filha não a pode ter a viver em casa (min. 6:51), ir para um lar fica caro (+ de $6.000).

 

  • Efetuar descontos sobre os rendimentos, ao longo da vida ativa, é assegurar um montante periódico a partir do momento da reforma, pelo que, quando mais se descontar, mais se receberá (até um determinado teto).

 

  • Ao tentar apoio da Segurança Social, Carmela fica a percebe que, como não efetuaram descontos, o conselho que recebe é “devia ir viver com a sua filha” (min. 7:33).

 

  • Investimentos imobiliários são uma vida de assegurar usufrutos ou rendimentos (min. 8:23).

A conselheira financeira obviamente que não poderia auxiliar o Tony Soprano, dada a natureza dos seus rendimentos. Contudo, este divertido vídeo é um meio de alertar para a necessidade de se planear os rendimentos a pensar no momento em que se deixa de trabalhar.

 

Nas empresas familiares e famílias empresárias, deve existir uma preocupação e um planeamento adequado a preparar as necessidades financeiras das gerações mais velhas, ou de membros da família que, por alguma razão, se vêm privados de rendimentos adequados.

Quanto será necessário?

“Se me disseres o dia em que vais morrer, eu dir-te-ei quanto dinheiro necessitas” (piada contada entre conselheiros de investimentos)

 

 

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