Existem candidatos internos que podem ser excelentes CEO.
O processo de seleção de um novo líder executivo da empresa deveria incluir uma etapa que permitisse, ao Conselho de Administração, conhecer os candidatos a esta importante função.
Como o CEO da empresa tem de interagir frequentemente com este órgão, que o deve acompanhar e supervisionar, seria mesmo vantajoso que o Conselho participasse no próprio processo decisório de identificação do eleito.
O estudo da Russel Reynolds constatou que em cerca de 78% dos casos o Conselho de Administração conhece os candidatos internos.
Contudo, as respostas variaram entre um mínimo de 63%, em Espanha, e um máximo de 83% em Itália.
Esperemos que o futuro ilustre a subida destes valores, o que significaria um maior envolvimento do Conselho de Administração neste relevante processo de continuidade da empresa familiar.
O grupo LEGO® teve origem na empresa fundada pela família Kirk Kristiansen, em 1932, na Dinamarca. Suportada no “tijolo” de encaixe Lego, a companhia dedica-se ao desenvolvimento da criatividade das crianças, estando presente em mais de 130 países.
Desde janeiro de 2017 que o CEO passou a ser Bali Padda – anterior Diretor de Operações do grupo – tendo substituído Jørgen Vig Knudstorp. Este último passou a assumir uma nova entidade: a LEGO® Brand Group.
Relativamente a esta transição, tornaram-se públicas as seguintes posições:
Do Presidente do Conselho de Administração: “Bali tem um histórico fantástico de mais de 14 anos de experiência no grupo, em especial nas funções da cadeia de abastecimento, no desenvolvimento organizacional e nas pessoas. Tem uma capacidade demonstrada para conduzir as mudanças necessárias.”
De um dos proprietários da 4ª geração familiar, Thomas Kirk Kristiansen: “Bali possui a mentalidade certa, um profundo conhecimento da nossa empresa e uma noção muito clara do que precisamos fazer para a levar para o próximo nível”.
Knudstorp, satisfeito por entregar a gestão do grupo a Bali: “Eu trabalhei muitos anos próximo dele, pelo que estou confiante que, nas nossas novas funções, continuaremos a construir suportados nessa estreita colaboração”.
Do novo CEO: “Estou muito honrado por esta oportunidade. É uma tarefa enorme e emocionante que estou ansioso por assumir. Possuo uma forte paixão pelo nosso produto e marca, e espero continuar com a estratégia que definimos para a empresa. Com a grande colaboração da gestão e o apoio de Thomas e Jørgen, estou confiante de que podemos continuar com o sucesso do grupo e alcançar muito mais crianças com experiências de brincar de alta qualidade. “
Estas quatro afirmações denotam uma enorme sintonia entre os principais intervenientes num processo de sucessão da liderança: anterior e futuro líder, proprietários e conselho de administração – pelo que se augura bom futuro para esta fantástica empresa familiar.
Temas para Reflexão:
- Os potenciais sucessores são bem conhecidos pelo Conselho de Administração?
- Os acionistas conhecem os sucessores identificados?
- Existem sintonia entre os órgãos e as pessoas envolvidas no processo da sucessão da liderança?
CEO da efconsulting e docente do ensino superior.
Especialista na elaboração de Protocolos Familiares, Planos de Sucessão, Órgãos de Governo, acompanhando numerosas Empresas e Famílias Empresárias.
Orador em seminários, conferências e autor de livros e centenas de artigos relacionados com Empresas Familiares.