Trás os Montes era uma das regiões administrativas em que se encontrava dividido Portugal no séc. XV e, nos dias de hoje, é sinónimo de terra muito fria e muito quente, de tradições e de saborosos produtos, de base agrícola, produzidos por famílias empresárias.

O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, analisou a distribuição das Empresas Familiares pelos Municípios da Área de Trás-os-Montes, tendo sobressaído que:

  • Bragança e Mirandela agregam mais de 50% das empresas familiares;
  • Os seis concelhos com menor densidade de negócios familiares possuem nº idêntico ao de Bragança, denotando a grande concentração dos mesmos.

Independentemente da dimensão dos negócios, a sua existência e dispersão geográfica permitem gerar empregos, investimentos e proveitos que auxiliam na fixação das pessoas nas suas terras de origem. Sem enumerar outros fatores, só por si estes já relevam a importância das famílias empresárias no desenvolvimento da sua área de residência.

Remontando a 1935 e a uma pequena taberna propriedade de António (D. Roberto) e da sua esposa Beatriz – com uma excelente mão para a cozinha -, avós de Alberto Fernandes, nasceram um conjunto de negócios com base na aldeia de Gimonde:

  • criação de porcos da raça autóctone bísaro, em regime livre em duas quintas;
  • produção e comercialização de enchidos, presuntos e carnes frescas (que chegam a chefes de cozinha com estrelas Michelin);
  • o restaurante D. Roberto, onde se pode degustar o azedo com grelos ou o butelo com cascas;
  • diversas casas de turismo rural, que satisfazem a vontade dos comensais do restaurante e quem deseja uns dias sossegados.

O crescimento das vendas e as exigências legais levaram a que em 2002 desenvolvessem uma unidade de desmanche e produção de enchidos e de carnes.

A vontade e enorme força da família permitiu que na pequena e “isolada” aldeia se tenha alcançado uma significativa valorização do meio envolvente, não só pelos investimentos no imobiliário e nos equipamentos, mas, com enorme relevância, na criação de emprego e consequente retenção das pessoas, nomeadamente as da família – a filha Alexandrina já há muito que está também nas empresas -, evitando movimentos de emigração e abandono da região.

Temas para Reflexão:

  • O que desejamos fazer pela nossa família?
  • Os nossos projetos também podem beneficiar o meio envolvente?
  • Como asseguramos a continuidade das nossas vontades?

 

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